Regional

VISÃO GERAL 
Distante 244 km de São Luís, São João do Caru está localizada no oeste maranhense, microrregião do médio Pindaré, cujos limites são: Ao Norte, município de Governador Newton Bello; a Leste, município de Bom Jardim; a Oeste, município de Centro Novo do Maranhão e ao Sul, município de Bom Jardim. A estimativa da população é de 12.315 habitantes, sendo que 51,5% são homens e 48,5 mulheres, e 22,1% da população é analfabeta. Com uma área territorial de 616 km² e densidade demográfica de 17,13 hab./km² segundo o IBGE no senso de 2010. A altitude é de 50 metros.
 
A oeste do estado do Maranhão, no vale do Pindaré está situada a Cidade de São João do Caru – MA.

LOCALIZAÇÃO REGIONAL
São João do Caru é mais um dos municípios maranhenses desmenbrado do município de Bom Jardim. De acordo com o mapa, está localizado na messoregião oeste do estado do Maranhão e na microrregião do Médio Pindaré.

LIMITES E PONTOS EXTREMOS

LIMITES
São João do Carú faz fronteiras:
*Ao norte, com o município Centro Novo do Maranhão;
*A oeste e a sul, com o município de Bom Jardim;
*A leste, com os municípios de Newton Belo e Zé Doca;

PONTOS EXTREMOS
Os pontos extremos do município de São João do Caru, ou seja, pontos mais afastados do centro do município são:
*Ao norte com Pin Juriti;
*Ao sul, com Boa esperança “Fazenda Mendes”
*Ao leste, com o povoado “Cabeça Fria”
*Ao oeste, com o povoado “Joãozinho”

PROCESSO DE OCUPAÇÃO
Em 16/07/1966, deu-se início ao povoado de São João do Caru, através de seus fundadores: José Leondida Siqueira e seu irmão Aldenor Leondida Siqueira, procedentes do povoado Barra do Carú. Chegaram para trabalhar em roças e exploração da caça e da pesca. A chegada de outras famílias aconteceu logo no ano seguinte e foram elas, a família do Senhor Faroal Leondida Siqueira, Raimundo Nonato Siqueira, José Grande, Francisco Leonor, João Calado e também o senhor Caetano.
O primeiro fato marcante na história deste povoado e agora cidade, foi o assassinato do Sr. Faroal, no ano de 1970. Sendo ele irmão dos fundadores e também pioneiros na região, foi grande a repercussão do caso, principalmente pela insignificância do motivo que envolveu as partes.

Foi apenas o fato de que o Sr. Manoel Domingos, possuía uma nambutona e a mesma ter sido devorado pelo gato do Sr. Faroal, daí surgia o conflito que resultou na morte com um tiro de espingarda, desferido pelo Sr. Manoel Domingos.
Também em 1970 chegou em São João do Caru, o Sr. José Abreu de Oliveira (Marinheiro) e família, sendo que o mesmo passara 8 dias de viagens de Novo Caru para São João do Caru. O rio caru não dava condições de se desenvolver uma viagem com mais agilidade, pois o mesmo era de baixa profundidade, cheio de madeira e na época havia bastante quedas que impediam o bom desempenho da viagem.

O povoado recebeu o nome de São João do Caru, por está localizado às margens do rio Caru que banha a mesma, com apenas 11 casas, São João do Caru iniciou-se como pequeno povoado, com grande probabilidade de crescimento. Conseguiu evoluir tornando-se mais tarde independente.
Com o passa dos anos, com a chegada de pessoas, foram surgindo os problemas, principalmente o da violência. Foram vários assassinatos que que envolviam as pessoas da comunidade e deixaram marcas profundas nos entes queridos e no povoado como um todo. Pertencendo na época ao município de Bom Jardim, São João do Caru, pouco sabia por parte das autoridades municipais, daí surgiu em 1976, o primeiro candidato a vereador escolhido pela própria comunidade, o Sr. José de Abreu Oliveira (Marinheiro), ele que foi o primeiro farmacêutico do município e agia também como uma espécie de conselheiro, pois quando tinha algum desentendimento entre os moradores, ele como um senhor que tinha o respeito de todos os moradores, as pessoas levavam até ele o caso para ser resolvido; e assim ele se elegeu com 95% dos Votos da comunidade, sendo assim o segundo mais votado em todo município de Bom Jardim. com o representante na Câmara Municipal o povoado começou a receber benefícios nunca antes recebidos como: colégios pontes, mercado, mini-posto de saúde, etc. O Sr. (Marinheiro) foi e sempre será um grande nome em São João do Caru.
São João do Caru, teve seus momentos diferenciados em sua história, bons e ruins, mas o fato mais marcante em toda história, foi o sonho inacreditável que acabou acontecendo, sua emancipação política, sua criação
como município independente de Bom Jardim.

A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

A luta pela emancipação política era uma constante na vida de cada caruense, principalmente das lideranças políticas aqui constituídas. Após décadas de luta e frustrações, finalmente em 1994 acontece o tão sonhado plebiscito. Assim, Fica criado, pela Lei Estadual Nº 6.125, de 10 de novembro de 1994, o município de São João do Caru, com sede no Povoado São João do Caru, desmembrado do município de Bom Jardim, subordinado à Comarca de Bom Jardim, tendo com gentílico caruense ou são joanense.

Somente em 1997 foi instalado o município, logo após eleições municipais cujo vencedor foi o Senhor James Ribeiro de Sousa.
São João do Caru teve sua emancipação em 1994, quando aconteceu o plebiscito, respaldado na lei nº. 6.125, votada e aprovada na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, em 11 de Novembro do mesmo ano, e sancionada pelo Governador da época, José Ribamar Fiquene, surgindo assim um município independente de Bom Jardim.

POLÍTICA
Em 03 de Outubro de 1996, deu-se a primeira eleição municipal, concorrendo pela a chefia do poder executivo os Senhores: Manoel Meireles, Sebastião Matos, Marcos Viana e James Ribeiro de Sousa, sendo eleito este último.
Para o quadriênio de 1997 a 2000, os poderes do município de São João do Caru-MA, ficaria assim constituídos:

PODER EXECUTIVO
PREFEITO E VICE-PREFEITO
James Ribeiro de Sousa e Francisco Andrade de Lima

PODER LEGISLATIVO
CÂMARA DE VEREADORES COMPOSTA POR NOVE VEREADORES

MESA DIRETORA
José Rodrigues Neto - (Dedezão) Presidente
José Abreu de Oliveira (Marinheiro) - Vice - Presidente
Carlos alberto Pinto Pereira (Carlos do Meleiro) - 1º Secretário
Severo Albuquerque Moreira (Severin) - 2º Secretário
José Maria de Sousa (Zé Elias)
Cláudio Tavares de Matos (Claudionor)
Antonio Joaquim Nascimento (Antonio Davi)
Antonio Paulo Alves do Nascimento (Antonio Ramalho)
Raimundo de Sousa (Currupião)

Em 2000, o nosso município teve outra eleição e a cidade ficou assim sendo governada pelas seguintes pessoas:

PODER EXECUTIVO

PREFEITO E VICE - PREFEITO
James Ribeiro de Sousa e Francisco Andrade de Lima

O Rio Caru nasce na serra do Piracambú ao norte do município. É um rio permanente, tendo um longo período de cheia, período em que é grande o tráfego de transportes fluviais, como lanchas, canoas e rabetas que percorrem todo o seu curso.
De acordo com informações obtidas por antigos moradores, o rio Caru foi muito fértil, constando-se a diversidade e quantidade de peixe que garantiam a subsistência da população, além de atrair também pescadores de outras regiões que vinham a procura de peixe, em grande numero naquela época, o SURUBIM, peixe muito apreciado pelo o paladar (Maranhense) brasileiro. Hoje, o rio já não conta mais com a mesma fartura que se encontrava há certa de três ou quatro décadas atrás. A destruição do Rio Caru, vem se propagando cada vez mais, devido a ação desenfreada e impensada do homem que tem poluído aos poucos um recurso natural que é indispensável para a sua sobrevivência. Diariamente são jogadas quantidades significativas de lixo nas encostas do rio, detritos químicos que provem de esgotos domésticos, além de derrubada da vegetação de suas margens e assoreamento das águas.

VEGETAÇÃO

A vegetação caruense é muito variada, refletindo o seu clima quente e úmido, o qual favorece a predominância de árvores de grande porte. Apesar do acentuado processo de desmatamento da mata nativa, ainda é possível encontrar trechos razoáveis de mata tropical úmida.
Com o que resta da exuberante vegetação, São João do Caru, possui ainda um diversidade de espécie dentre elas algumas em extinção, como: Cedro, Ipê Roxo e Amarelo, Jatobá, Angelin, Bacuri, Maçaranduba, Tatajuba, Sapucaia, etc., além de outras espécies permanentes à mata aberta como o babaçú, tucum, açaí, bacaba e buriti.
A realidade da ambientação regional possui uma situação econômica baseada nas suas atividades no setor primário, através do extrativismo vegetal e agropecuário. Desta forma, o homem passou a interferir no meio ambiente, modificando as partes componentes do sistema, cuja diversidade fica sempre ameaçada por fatores ecológicos de difícil controle podendo, inclusive, levar a perda de espécies ainda desconhecidas. Não tem se preocupado com o meio em que vive, a todo instante, com sua ação incontinente, vem destruindo parcial até totalmente hectares da mata nativa local.
Fazendo uma análise consciente do atual quadro ambiental e sua confrontação com o desenvolvimento econômico da região, nos induz seriamente a mobilizar-nos numa ação para conter esse desastre ambiental.
 
A princípio essa era uma região ocupada apenas por povos nômades, os índios da etnia Awá Guajá, que tinham como costume explorar as margens dos rios e igarapés onde houvesse palmeiras de babaçu e caça.
  
Os primeiros exploradores começaram a chegar no início da década de 60 e eram caçadores que passavam semanas nas proximidades do rio Caru onde hoje é a praia dos festivais e percorriam veredas abertas onde atualmente é a rua Getúlio Vargas, no entanto, não fixaram morada pois ano após ano seguiam o curso rio a cima, deixando suas marcas como cabanas abandonadas, limoeiros que nasceram das sementes que os mesmo jogavam fora, inclusive após o início do povoamento, o caminho deixado por eles era chamado de vereda do limão, hoje chamada de rua Getúlio Vargas, ficando no entanto parte da rua conservando esse nome, a rua do Limão.

Há ainda o histórico da passagem aqui pela região, no início da década, dos senhores Carlos Gomes e Caetano, que trabalhavam no local onde hoje é o povoado Seringal e que aqui sempre pernoitavam em cabanas sempre que estava de passagem.

Em 1965 o Senhor Aldenor Leôndidas Siqueira acompanhado de outros caçadores oriundos do povoado Barra do Caru, aqui aportaram com o intuito de caçar, pescar e quebrar coco babaçu, permaneceram por alguns dias e após explorar a região, o Sr. Aldenor chegou à conclusão de que esse era um lugar bom para se viver e decidido, chegando de volta à Barra do Caru, convocou aos parentes e vizinhos para se mudarem para o local por ele descoberto e que considerava ideal para uma nova povoação. Um ano após, muitos tinha mudado de ideia, assim, em 17 de julho de 1966 às 14:30h chegaram os primeiros moradores desse novo povoado, o Senhor Aldenor Leôndida Siqueira, sua esposa Joana Fernandes de Oliveira e seu irmão José Leônida Siqueira. No ano seguinte chegaram outras famílias dentre elas, a família do Senhor Faroal Leônida Siqueira, do Senhor Raimundo Nonato Siqueira, e do Senhor José Grande.

Como o objetivo era sobreviver da prática da agricultura dentre outra atividades, lavraram suas primeiras roças de arroz que ficavam exatamente onde hoje é a rua do comércio, que se estendiam desde a esquina da rua do porto onde fixaram sua moradia.

Nessa época, os índios tinham migrado para dois pontos: as margens do rio Caru, hoje porto Franco e as margens do rio Turi por causa da chegada dos colonizadores, e com o aumento significativo da população, consequências terríveis se tornaram inevitáveis, um surto de gripe acometeu aos índios que tinham se adaptado ao contato com os moradores do povoado, e com o isolamento e distância para os povoados mais próximos, morreram centenas de índios chegando a dizimar famílias inteiras. Com a interferência de um casal de antropólogos, Fiorelo e Valéria Aparício, conseguiram capturar e salvar da morte alguns índios, dentre eles os jovens Iapó Guajá e Jeí Guajá.

A princípio, o nome do povoado era Igarapé São João, visto está próximo ao igarapé em cujas margens era abundante uma árvore chamada são-joão (, que nomeou inicialmente ao igarapé e logo em seguida ao povoado. Só mais tarde passaram a denominar São João do Caru, por causa do rio Caru e sua importância para a população. Quanto ao igarapé São João, nessa época importante pela grande quantidade de peixes, era profundo e suas águas eram usadas para o consumo epara lavar roupa, hoje, nem parece que teve tamanha importância  para a população caruense, pelo desprezo com que é tratado.

São-joão (Senna spectabilis)

Com a chegada do Senhor Nonato Silveira em 1967, o mesmo empreendeu a construção da primeira congregação da Assembleia de Deus. Já a primeira capela da igreja Católica só foi construída em 1970 pelo Senhor João Miguel. A primeira missa celebrada em solo caruense ocorreu apenas em 1972. O catequista da época era o Senhor Abdias.

As viagens eram feitas de canoa e levavam em média quatro dias para o destino final que quase sempre era Alto Alegre do Pindaré. O rio ainda pouco explorado parecia uma estreita vereda envolta em muitas árvores. Com o tempo, após a retirada do excesso de árvores foi possível o tráfego de barcos movidos a motor. Como na época os barcos eram pequenos e descobertos, receberam o apelido de “periquito pelado”.

Uma atividade econômica que gerava renda para muitas famílias além da agricultura era a extração de madeira. Toras gigantes de cedro eram empurradas rio abaixo e seguidas por canoas até chegarem ao rio Pindaré, quando eram atreladas em forma de balsa e conduzidas até um local próximo ao povoado Bambu, município de Pindaré, chamado Aterro, onde eram comercializadas. Todo o percurso entre São João do Caru e Aterro levava meses para ser concluído. O cedro antes abundante nessa região, infelizmente hoje está extinta.

Fatos marcantes ocorreram no desenrolar da história deste recém-criado povoado, como a tão famosa história do nambu contada pelos antigos moradores. O fato ocorreu em 1970 e um dos envolvidos, irmão do Senhor Aldenor, o Senhor Faroal, tornou-se vítima de um ato impensado que manchou de sangue a nossa história. O senhor Manoel Domingos criava um nambu, vindo o mesmo e ser devorada por um gato de propriedade do senhor Faroal. Houve o desentendimento e consequentemente a morte do Senhor Farol por tiros de espingarda desferidos pelo ressentido Senhor Manoel Domingos.

Em 1978 na administração do senhor Miguel Meireles, prefeito de Bom Jardim, foi construído a estrada vicinal que liga São João do Caru à sede do município, atual MA 318, (mudou apenas o nome, a estrada continua a mesma, sem asfalto e sem tráfego no período das chuvas). Um episódio marcou a finalização da construção: quando o trator que abria a estrada entrava em São João do Caru, trazia um senhor chamado Manoel Cândido que vinha soltando fogos, alegre com a chegada da estrada, acontece que o trator entrou em uma vala, o homem caiu e o trator tombou sobre ele, que morreu minutos depois.

Dentre os vultos de nossa história podemos citar dois grandes guerreiros: O Senhor José Abreu de Oliveira, mais conhecido como Marinheiro e o Senhor José Rodrigues Neto, conhecido como Dedezão.

O Senhor José Abreu de Oliveira instalou moradia fixa no pequeno povoado de São João do Caru em 1970 aos 35 anos de idade e acabou exercendo importante papel na pacificação do povoado que com a distância, o isolamento e o crescimento da população acabava cedendo espaço à violência, assim o Senhor Marinheiro, primeiro delegado do povoado, era procurado para resolver os problemas que surgiam e graças às suas qualidades de homem íntegro e respeitável, acabava aconselhando e pacificando as partes envolvidas. O mesmo foi eleito vereador em 1976 pelo município de Bom Jardim, chegando a ser o segundo vereador mais votado em todo o município, trazendo para São João do Caru benefícios tão necessários para o crescimento do povoado como escolas, pontes, mercado, posto de saúde dentre outros. Devido perseguições políticas, em 1978 partiu para a cidade de Vila Rondon-PA, retornando em 1993 e lutando bravamente pela emancipação do povoado, elegeu-se vereador já pelo recém-criado município de São João do Caru fazendo parte da mesa diretora da primeira composição da Câmara Municipal de Vereadores como Vice-Presidente. Faleceu em 30 de setembro de 2003 deixando um rastro de muita luta, conquistas e dedicação ao município de São João do Caru, cidade que escolheu como terra-mãe. 



Escrito por Prof. Rivaldo Rodrigues da Silva

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