PROVAÇÃO DO SINDICATO? VITÓRIA DE QUEM?

Apesar de não fazer parte da classe de Profissionais da Educação de nosso Município, fiquei acompanhando, ainda que de longe, as mazelas que ocorreram nos últimos dias, na tentativa de formação e estruturação de um Sindicato que os defendesse e lutasse por seus direitos. Fiquei estarrecido com a maneira como a coisa (des)andou! Contudo, não me surpreendi, pois, análises à parte, o resultado não podia ser diferente. Afinal, um povo acostumado a viver numa sociedade que, por longos e demorados 12 (doze)anos, tinha uma estrutura piramidal (onde as ordens do Faraó eram dadas aos escravos de cima para baixo, sem direito a contestação e revelia, sob pena de levar chibatada), não podia abraçar uma causa popular de forma coerente e organizada. Na verdade, a primeira tentativa vitoriosa de desestabilizar a sociedade piramidal de Alto Alegre se deu com a resposta das urnas, em outubro de 2008, que elegeu o atual gestor, Atemir Botelho e abriu, definitivamente, novos horizontes. Não é de se estranhar, portanto, que as pessoas ainda não saibam exatamente o que fazer com a liberdade que lhes foi conquistada através do voto consciente, uma vez que sempre fizeram (e, infelizmente, muitos ainda fazem) a vontade do opressor.

Pois bem, surgiu por aí um grupo se autodenominando aquele capaz de lutar pela classe que, não fosse a mobilização dos que dele discordaram, já teria aprovado um estatuto elaborado às escuras e “nas coxas” e se elegido a diretoria do Sindicato. Salvaguardados os direitos de qualquer cidadão se mobilizar e se organizar para lutar por seus direitos, montou-se uma nova equipe (tão duvidosa quanto a primeira), para estudar, debater, elaborar e apresentar à classe outra alternativa. Assim o fizeram! Contudo, motivados pela sede de manter um poder que lhes foi tirado pela vontade popular, se organizaram e esquematizaram de tal forma, a ponto de excluir pessoas que, por direito, deveriam participar das decisões. Venceram! Mas, fica aqui a dúvida: a vitória foi de quem? Da classe da educação como um todo? Ou de um grupo que se acha melhor e com mais direitos que os outros? Contratados valem menos que concursados? Concursados são melhores em quê dos contratados? Aí aparece alguém para dizer que, se os contratados fossem preocupação da atual gestão, daria a eles o mesmo que dá aos concursados!!! ACORDA, GENTE!!! O objetivo do Sindicato é justamente para isso: fazer valer os direitos dos profissionais da educação, sejam eles concursados ou não! Sejam eles professores ou não! Onde fica o discurso da educação que inclui em vez de excluir? Da educação que se constrói com a força de todos os agentes que fazem a Escola? Da educação que gera consciência crítica e libertação? Sindicato que se curva ao poder (seja ele situação ou oposição), é sindicato “chinfrim”, é SINDICATO DE PELEGO! Fala sério!!!

De fato, se formos avaliar os resultados, em todos os seus pormenores, antes e depois da Assembleia que aprovou este descalabro, chegamos à conclusão de que não houve vencedores. O que se torna uma lástima, um retrocesso, na já tão frágil e mal interpretada liberdade do nosso povo!

Só para constar: também sou professor! E sindicalizado! Faço parte, desde 1994, do SINTERP (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino da Rede Particular) em São Luís. E lá, este Sindicato abriga e luta por professores, coordenadores, supervisores, auxiliares, vigilantes, zeladoras... E tenho dito!

Por Heider Carvalho.

NOTA: Pedimos desculpas aos nossos leitores por não termos publicado nenhuma matéria sobre o processo de votação da chapa do sindicato, pois a equipe do Blog do Alto foi impedida pela comissão organizadora do evento de fazer a cobertura, a mesma não soube explicar o porquê do anonimato.

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