Sim, vamos continuar a comer vinagreira. Não importa se produzida no quintal de casa, comprada no mercado ou em cápsulas. Mas, vamos continuar a comer vinagreira e respirando. De nada vai adiantar termoelétricas, usinas, tecnologia e cibernética se não tivermos comida para alimentar os homens que tem a missão de trabalhar nos grandes projetos e os que plantam a vinagreira.
O Progresso não vem com o futuro. Ele é construído pela força e disposição dos homens e mulheres que trabalham. Se ele vem para poucos ou para todos depende do modo de como é construído.
São bilhões de investimentos no Maranhão com grandes projetos. Mas, grandes projetos de termoelétrica, usinas, etc, não alimentam o povo. Muito menos ofertam emprego para todo o povo. Não há vagas para todo mundo. Por isso mesmo, precisamos de projetos para o desenvolvimento local, capaz de crescer os diversos setores produtivos da economia local.
Se realmente quisermos nos pautar pelos ideais mais altos da humanidade, ou seja, se prezarmos pela solidariedade, pelo respeito e se quisermos que nossos irmãos sejam iguais conscientes e livres, precisamos nos dedicar ao cultivo da vinagreira, respeitando a terra e desenvolvendo a consciência ecológica, mas principalmente precisamos nos dedicar a educar os homens e mulheres que plantam a vinagreira.
Quem planta e cultiva a vinagreira não está dedicado ao agronegócio, mas a agricultura familiar. Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento Agrário o município de Alto Alegre do Pindaré possui 1.471 agricultores familiares cadastrados. São mães e pais de família, crianças e jovens, braços que fazem a mão de obra dedicada ao cultivo da nossa alimentação que chega aos mercados e com tamanha dificuldade as nossas mesas.
Os filhos dessas famílias estudam nas nossas escolas municipais, desse modo, propomos uma farta pauta para a educação ambiental em nossas escolas. Além de garantirmos a efetiva igualdade na relação cidade/campo, desde o acesso, à qualidade e equidade da oferta, estamos garantindo o conhecimento aos filhos dos trabalhadores, como um diferencial capaz de trazer a esses alunos e suas famílias oportunidade de desenvolver conhecimentos necessários a valorização da vida no campo, aos seus reais interesses e necessidades, fazendo da escola parte do seu mundo e não um mundo a parte.
A partir daí desejamos ativar o sentimento da escola como uma escola da comunidade, que significa aproximar pais e moradores da vida escolar, forjando um ambiente de aprendizagem que se traduza na realidade e na vida comunitária, assim, deseja-se estimular os professores a buscar estratégias pedagógicas para o trabalho educativo na comunidade local, valorizando sua cultura e saberes e por fim melhorar a vida comunitária e o funcionamento da escola. Decisivamente desejamos contribuir com a excelência da educação, elevando o nível de aprendizagem dos alunos e melhorando suas chances de aprender.
Nesse sentido, estamos propondo a realização em todas as escolas da discussão da agenda local de meio ambiente e a criação das comissões de meio ambiente e qualidade de vida, as COM-VIDA, para monitorar sua aplicação prática. Formada por uma representação de alunos, comunidade local e comunidade escolar a comissão promoverá atividades educativas, fóruns de discussão, e ações práticas de proteção ao meio ambiente para promoção da sustentabilidade econômica da comunidade, trabalho cooperativo e prevenção do meio ambiente.
Impõe-se para todos nós a educação de nossas crianças e jovens, na perspectiva de que os ensinando a cuidar da vida do planeta e agir na sua comunidade possam contribuir na direção de um desenvolvimento sustentável e um futuro mais justo.
Afinal, teremos um futuro comum. Que tal cuidar agora do meio ambiente para garantir sua sustentabilidade e acima de tudo tenhamos a possibilidade de extrair nosso alimento do cultivo da terra e continuemos a comer vinagreira.
Por Régina Galeno.
Por Régina Galeno.
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