Educação para uma cidade sustentável

Por Régina Galeno

Não é sem propósito que nós, os adultos, guardamos sempre um pouco da criança que fomos. Temos a necessidade de guardarmos um pouco do tempo dentro de nós e de ver passar o tempo com algo de imortal – a eterna criança. Desse modo também fui guardando em mim a criança que sou. Como acho muito bonita a idade dos “por ques”, sempre valorizei essa fase. Interroga-se o “por que”. Primeiro por ser identificada como a fase das descobertas, por conter o gosto pela inquietude diante de todos os fatos e circunstâncias. Segundo, pelo estranhamento centrado no conhecido para colocá-lo à prova ou pelo desconhecido para pelo menos aproximar-se dele. Tenho por hábito me perguntar sobre o “por que” das coisas, até se elas me parecem exatas.

Faço-o aqui, pelo segundo motivo e por horror à mediocridade dos que pensam ter o monopólio da verdade.

Que educação é essa? E o que é uma cidade sustentável?

Porque precisamos de uma educação para uma cidade sustentável?

Sem ceder à dispersão e pela unidade da idéia, buscarei dar explicação coerente para o diferencial da educação ambiental em todo nosso currículo escolar.
Animais, plantas, terra, a natureza, a convivência sadia do homem com o planeta, os processos de vida e de morte, os ciclos biológicos, a produção do alimento na terra, a vivência no seu grupo cultural, o modo de vestir-se, alimentar-se e festejar, transforma-se em conhecimento pela educação ambiental. A escola ao valorizar o modo de pensar e agir da comunidade realizar de modo intencional o processo de mediação do conhecimento com as ações práticas do modo de vida da comunidade onde está inserida, assim, além de proporcionar a ampliação do conhecimento, contribui para a maior integração do homem com seu meio ambiente favorecendo a integração consciente e por sua vez sustentável do homem com a natureza.

Essa relação do homem que faz parte da natureza e a ela se integra para viver e conviver saudavelmente, não é um tabu para o progresso, mas um modelo economicamente sustentável de utilizar-se dos recursos naturais dando-lhe viabilidade financeira, preservando o meio ambiente, ou seja, a própria vida.

Eis a importância da consciência ecológica. Por esta para a garantia da vida e por promover transformações sociais na vida das famílias e da sociedade local.

Desse modo, compreende-se que toda nossa atividade educacional deve levar a uma melhor compreensão dos fenômenos que nos rodeiam, assim, ao cultivar a importância da conservação dos recursos naturais e dos ecossistemas, estaremos favorecendo a consciência ambiental proporcionando o desenvolvimento de aprendizagens significativas para nossos alunos.

Ao pautar projetos ambientalmente sustentáveis em nossas escolas, busca-se um projeto educativo transdisciplinar aliando a experiência de aprender e de ensinar dos agentes envolvidos, sem medo de errar. Queremos através da educação ter uma cidade economicamente sustentável e politicamente justa com todos os cidadãos, edificada em valores e princípios humanitários e sociais mais elevados.  

Defendemos que iniciativas pedagógicas de cunho permanente que apontem para a emancipação humana oferecem resultados mais perenes e não apenas pontuais de um governo, posto que garantidos como aprendizagem significativa possam incorporar-se a vida cultural local, dando resposta na melhoria da vida do povo.

Ao unir educação e meio ambiente, queremos estimular a solidariedade e a cooperação; Construir uma Rede de troca de conhecimento para respeitar a vida e desenvolver uma consciência ambiental; Formar sujeitos responsáveis do ponto de vista socioambiental que sejam capazes de saber respeitar a diferença e de apreciar a diversidade; que adquiram uma identidade com sua cultura, que aprendam sobre valores e práticas democráticas.

Assim a proposta de Educação Ambiental, estruturada para o ano de 2011 nesta rede municipal de ensino, visa incentivar a referida perspectiva de desenvolvimento. E nesse sentido, destacam-se as seguintes pautas pedagógicas para todas nossas escolas:

•    Caminhadas Interpretativas como objetivo de estudar a Biodiversidade da nossa região.

•     Oficinas sobre uso e conservação dos recursos naturais e da vegetação local.

•     Implantação da coleta seletiva do lixo.

• Palestras sobre ecossistemas locais e sustentabilidade.

• Implantação da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola - COMVIDAS.

• Realização das Conferências do Meio Ambiente.

É claro que essa proposta não é apenas pedagógica, mas política. Ao tornar-se política, fica mais forte, projeta-se culturalmente, ou melhor, socioculturalmente, mexe com a própria estrutura social da cidade.

Precisamos da vontade política para a mobilização de todos os professores, supervisores, gestores, funcionários, alunos e comunidade em geral para a busca de novos saberes e de uma educação baseada na solidariedade e no senso coletivo.

Essa é a nossa pauta. Conclamamos a todos para o engajamento!  

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